Fortuna dos 200 Mais Ricos do Mundo

Mariana Barbosa (FSP, 13/11/12) informa que a fortuna das 200 pessoas mais ricas do mundo é maior que a soma da riqueza gerada pelo Brasil no ano passado (US$ 2,49 trilhões). Os 200 principais bilionários acumulam uma riqueza de US$ 2,7 trilhões, equivalente ao PIB da França, a sexta maior economia global no ano passado. Os dados são da revista “Bloomberg Markets”, publicação mensal da agência de notícias financeiras que passa a publicar, a partir da edição de dezembro, uma lista anual de bilionários.

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Precificação dos Ativos

Fernando Torres (Valor, 12/11/12) lança uma pergunta-chave para avaliação da riqueza: o que justifica o preço pago em uma aquisição? Além de ser uma pergunta importante do ponto de vista estratégico, para saber se trata-se de um bom ou mau negócio, a resposta passou a ser obrigatória desde 2010 para registro na contabilidade das empresas no Brasil. E em breve, ao que tudo indica, será esclarecido que a alocação do preço de uma aquisição terá também consequências tributárias.

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Relatório de Riqueza – 2012: Propriedade e Riqueza em Perspectiva Global

Sobre os New World Players, o Relatório da Riqueza, elaborado por Knight Frank e o Citi Private Banking, afirma: “Enquanto não há dúvida de que as economias emergentes apresentam as melhores possibilidades de crescimento econômico, nem todos países irão prosperar com a mesma taxa. De fato, o Fundo Monetário Internacional (FMI), recentemente, alertou para a possibilidade de uma “aterragem depressiva” para algumas economias emergentes se os efeitos da expansão do crédito e do crescimento de preços de ativos, que têm alimentado a demanda do consumidor, nos últimos anos, se contraírem.”

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Survey of Consumer Finances (SCF) de 2007 a 2010

O Survey of Consumer Finances (SCF) do Federal Reserve Board para 2010 fornece insights sobre as mudanças na renda e no patrimônio líquido das famílias norte-americanas, ocorridas desde a pesquisa 2007, justamente no auge da crise financeira. A pesquisa mostra que, no período de 2007-10, o valor real (ajustado pela inflação) médio do rendimento antes de impostos das famílias caiu 7,7%, o rendimento médio também tinha caído ligeiramente no três anos anteriores ao período (figura 1). O declínio no rendimento mediano foi generalizado em todos os grupos demográficos, com apenas alguns grupos recebendo renda estável ou crescente. Mais visivelmente, as rendas médias subiram para os aposentados e outras famílias não-ocupadas. O declínio na renda média foi mais acentuado entre as famílias mais escolarizadas, as famílias chefiadas por pessoas com idade inferior a 55 anos, e as famílias que vivem nas regiões Sul e Oeste.

A renda média real caiu ainda mais do que a renda média no período recente, 11,1% em todas as famílias. A queda na renda média foi ainda mais ampla do que o declínio na classe média, com praticamente todos os grupos demográficos experimentando um declínio entre 2007 e 2010; o declínio na média foi mais pronunciada no top 10% da distribuição de renda e para os com ensino superior ou grupos de maior riqueza. Ao longo dos três anos precedentes, a renda média subiu, especialmente, para famílias de alta renda líquida das e famílias chefiadas por uma pessoa que era trabalhador autônomo.

As diminuições na renda familiar, durante o período 2007-10, foram substancialmente menor do que os declínios tanto na mediana quanto na média do patrimônio líquido; no total, o valor médio líquido deste caiu 38,8%, e a renda média caiu 14,7% (figura 2). O patrimônio líquido mediano caiu para a maioria dos grupos entre 2007 e 2010, e a queda na mediana foi quase sempre maior do que o declínio na média. As exceções a esse padrão nas medianas e nas médias são vistos nos top 10% da distribuição de renda e do patrimônio líquido, onde as mudanças na mediana não se manifestaram relativamente.

Apesar das quedas nos valores de ativos financeiros ou dos negócios terem sido fatores importantes para algumas famílias, os decréscimos em patrimônio líquido médio parecem ter sido mais fortemente impulsionados por um vasto colapso nos preços das habitações.  Se as residências principais e a dívida hipotecária associada são excluídos, a mediana do patrimônio líquido  das famílias foi reduzido de US$ 126.400 para US$ 42.300 em 2007 e de 77.300 dólares para 29.800 dólares em 2010. Embora a medida ajustada de riqueza tenha diminuído, proporcionalmente, por uma quantidade apenas um pouco menor do que a medida não ajustada – 29,7% – a quantidade de mudança é, obviamente, muito menor; a riqueza média ajustado declinou US$ 12.600, enquanto a medida não ajustada caiu US$ 49.100.

Este colapso é refletida nos padrões de mudança do patrimônio líquido em todos os grupos demográficos, em vários graus, dependendo da taxa de propriedade da moradia e a proporção de ativos investidos em habitação. O declínio na média do patrimônio líquido foi especialmente grande para em grupos de famílias onde a habitação representava uma parcela maior de ativos, como em famílias chefiadas por alguém de 35 a 44 anos (patrimônio líquido médio caiu 54,4%) e nas famílias da região oeste (patrimônio líquido médio caiu 55,3%).

Uma parte substancial dos declínios observados no patrimônio líquido, no período de 2007-10, pode ser associada com a diminuição do nível de realização de ganhos de capital nos ativos das famílias. A participação dos ativos totais de todas as famílias atribuíveis a ganhos de capital não realizados em imóveis, empresas, ações, ou fundos de investimento, caiu 11,6 pontos percentuais, para 24,5% em 2010. Embora o nível global de dívida de famílias tenha ficado basicamente inalterado, a dívida como uma percentagem dos ativos subiu, porque o valor dos ativos subjacentes (especialmente habitação) diminuiu mais rápido.

Com a dívida média e a média geral basicamente inalteradas, ou caindo menos do que a renda,  as medidas do pagamento da dívida em relação ao rendimento eram esperadas ter aumentado. Na verdade, o total de pagamentos de débitos em relação ao rendimento total aumentou apenas ligeiramente, sendo que a mediana de pagamentos em relação à renda entre as famílias endividadas caiu, depois de ter aumentado, substancialmente, entre 2004 e 2007. A parcela de famílias com alto grau de fragilidade financeira, isto é, pagamentos de serviços da dívida relativos aos seus rendimentos, também caiu, após a aumentar substancialmente entre 2001 e 2007.

Este artigo, que analisa estas e outros mudanças na condição financeira das famílias dos EUA entre 2007 e 2010, período de crash, após o efeito riqueza propiciado pela bolha imobiliária, não pode ter similar escrito para a riqueza das famílias brasileiras. Demonstra a importância dos dados provenientes da Pesquisa de Finanças do Consumidor (SCF), que são a base de dados para a análise apresentada neste artigo. Isto é uma coisa que é boa para os Estados Unidos – e seria bom para o Brasil!

Leia maisFed – Survey Consumer Finances from 2007 to 2010

De 2007 a 2010, o patrimônio líquido (riqueza) deflacionado, isto é, a diferença entre os ativos totais das famílias e seus passivos, caiu drasticamente em termos da mediana e da média (tabela 4). A mediana caiu 38,8%, e a média caiu 14,7%. As duas pesquisas anteriores mostraram aumentos substanciais tanto na média quanto na média patrimônio líquido. Os valores correspondentes para o período de 2004 a 2007 foram o aumento de 17,9% e 13,1%. E, para o período de 2001 a 2004, houve aumentos menores (1,0% e 6,2%). A média do patrimônio líquido caiu em relação ao nível na pesquisa de 2001, e o patrimônio líquido médio foi para perto de níveis não vistos desde a pesquisa de 1992 (dados não mostrados nas tabelas).

Embora os estudos transversais mostrem que as medidas globais das mudanças na riqueza de 2007 a 2010 são negativas, as evidências da amostra por painel de 2007-09 da SCF sugerem que houve grande heterogeneidade nas mudanças de riqueza entre famílias. Neste painel, as famílias revelaram tanto grandes ganhos em riqueza, bem como perdas, embora houvesse uma preponderância de perdas.

Movimentos no valor em dólar do patrimônio líquido das famílias são, por definição, resultados de mudanças nos investimentos, nas avaliações dos bens, e nos padrões de posse de ativos financeiros e ativos não financeiros, bem como decisões sobre a aquisição de bens ou o pagamento de dívidas. Uma variedade de decisões financeiras são subjacentes às essas mudanças.

Por faixas etárias, as medianas e médias de patrimônio líquido das família geralmente aumentam com a idade, embora haja alguns sinais de diminuição entre os grupos etários mais velhos. Este padrão reflete tanto o comportamento quanto à poupança, durante o ciclo de vida, quanto um padrão histórico de crescimento em longo prazo nos salários reais. Os valores medianos e médios da riqueza crescem em conjunto com a renda, uma relação que reflete tanto os rendimentos auferidos a partir de ativos quanto uma maior probabilidade de substancial poupança entre as famílias de maior renda. Riqueza mostra fortes diferenças entre os grupos definidos em termos de estrutura familiar, educação, origem racial ou étnica, situação de trabalho, ocupação, estado da habitação, e urbanidade da região de residência. Estes diferenciais geralmente espelham aqueles da renda, mas as diferenças de riqueza tendem a ser maiores.

Conclusões do Livro Personal Wealth From A Global Perspective

Uma série de conclusões importantes podem ser tiradas a partir da discussão dos estudos do livro editado por James Davies. A maioria destas conclusões são de natureza positiva [o que é], mas algumas são normativas [o que deveria ser]. É claro que a baixa riqueza e o pouco acesso a crédito podem exacerbar os problemas de pobreza em países em desenvolvimento e em transição.

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Contribuições do Livro Personal Wealth From A Global Perspective

O livro editado por James B. Davies, Personal Wealth From A Global Perspective (Great Britain,  Oxford University Press, 2008. 467 p.) é dividido em quatro partes. As duas do meio, que são as mais longas, cobrem a distribuição de renda nos países em desenvolvimento e emergentes, e o papel de certos tipos de ativos importantes no desenvolvimento e desempenho econômico. A seção final tem um único capítulo que apresenta as primeiras estimativas disponíveis da distribuição global da riqueza das famílias. A primeira seção define o cenário para observar a riqueza no mundo desenvolvido, onde obtém-se os melhores dados.

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Definições e Questões Conceituais sobre Riqueza

A definição de riqueza é simples: o valor dos ativos (bens e direitos) menos as dívidas. No entanto, há um debate sobre quais bens devem ser nela incluídos, e há problemas de avaliação. Dificuldades maiores centram-se do lado dos ativos (haveres), em vez de lado das dívidas (deveres). Por exemplo, os direitos de pensão devem ser incluídos? Benefícios de fundos de pensão com base no patrocínio do empregador podem ser considerados como adiamento da remuneração do trabalho, e parte, portanto, do retorno sobre o capital humano. Mesmo que tais direitos de pensão sejam incluídos na riqueza não-humana, deve-se dar um desconto, tendo em vista a sua falta de liquidez? E quanto ao estado dos direitos de Previdência Social, dado que os benefícios podem ser legalmente alterados, mesmo sem a permissão ou a eventual compensação de seus “donos”? Existe, realmente, um direito de propriedade sobre tais pensões?

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Uma Visão Geral da Riqueza Pessoal

O livro editado por James B. Davies, Personal Wealth From A Global Perspective (Great Britain,  Oxford University Press, 2008. 467 p.) examina os bens pessoais ou a riqueza sob uma perspectiva global. A riqueza é o valor dos ativos físicos e financeiros menos as dívidas. É variável crucial para as decisões básicas, gastar ou aplicar, determinante do bem-estar, e está sendo estudada com cuidado em um crescente número de países. Embora comparações internacionais valiosas têm sido feitas, não tinha sido feito, até o lançamento desse livro, uma tentativa de integrar, plenamente, as perspectivas nacionais e olhar para a riqueza pessoal do ponto de vista global.

Por que estudar a riqueza?

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Desenvolvimento do Cérebro Humano

Darei um curso, no próximo semestre letivo, à base de filmes para análise da evolução humana, apresentando as grandes eras da história, e focalizando nas eras do petróleo e das finanças. Na aula de abertura, penso utilizar o filme “Guerra do Fogo“, para discutir os instintos básicos humanos, o que possibilitará caracterizar comportamentos de personagens. A leitura da seguinte notícia dá uma informação útil para nossa análise.

Fernando Moraes (FSP, 23/10/12) informa que um artigo publicado na revista científica “PNAS” dá apoio à tese de que cozinhar comida foi determinante para o desenvolvimento do cérebro humano. Duas pesquisadoras da UFRJ, Suzana Herculano-Houzel e Karolina Fonseca-Azevedo, mostraram que uma dieta baseada em comida crua impôs limitações energéticas aos grandes primatas, criando um “dilema” para o corpo entre o crescimento da massa corporal e o do cérebro. Isso explicaria o fato de que grandes primatas possuem corpos desproporcionalmente grandes em relação aos seus cérebros.

“Outros grupos já haviam indicado que o cérebro custa caro em termos de energia e sugerido que esse custo teria influenciado nossa história evolutiva, mas ninguém havia ainda determinado se esse custo era de fato relevante e limitante em termos fisiológicos”, disse Suzana .

Ela explica que nossas habilidades mais sofisticadas não são o resultado de o “cérebro ser maior do que deveria, dado o tamanho do nosso corpo”, e sim do número absoluto de neurônios – 86 bilhões no cérebro humano.

Suzana já havia mostrado, em artigo científico publicado no ano passado, que acrescentar neurônios ao cérebro, aumentando o tamanho do órgão, custa ainda mais caro do que se imaginava em termos de energia.

No estudo publicado agora, as pesquisadoras desenvolveram um modelo que relaciona o número de calorias ingeridas numa dieta de comida crua à quantidade de energia necessária para o crescimento da massa corporal e do correspondente número de neurônios.

Elas conseguiram, dessa forma, estipular o número de horas que grandes primatas teriam precisado para desenvolver um corpo avantajado e um número grande de neurônios no cérebro.

Mostraram, assim, que teria sido insustentável para gorilas e orangotangos, entre outros, com as horas de alimentação de que dispõem, adquirir calorias em número suficiente para tal tarefa.

Humanos e grandes primatas são o resultado atual de duas linhagens diferentes, com duas estratégias diferentes de investimento energético: ou um corpo enorme, às custas de abrir mão de um número maior de neurônios, ou um número grande de neurônios às custas de um corpo menor”, diz ela. “As duas estratégias são visíveis na linhagem que levou aos grandes primatas e aos primeiros exemplares do gênero Homo [o do homem].”

As conclusões do artigo fortalecem a tese do primatologista britânico Richard Wrangham, que defende que um dos momentos mais importantes da evolução humana foi a invenção da comida cozida, mais fácil de mastigar, de digerir e de ter suas calorias absorvidas.

“Sugerimos que foi por causa de uma mudança qualitativa na alimentação que a limitação energética da nossa linhagem – que já vinha investindo em mais neurônios e menos corpo – foi contornada”, acrescenta Suzana.

“Além de aumentar a capacidade calórica e tornar as limitações metabólicas prévias irrelevantes, cozinhar também teria aumentado nosso tempo disponível para atividades sociais e que demandassem maior poder cognitivo“, escrevem as pesquisadoras no artigo.

Riscos e Custos de PGBL e VGBL

Márcia Dessen (FSP, 08/10/12), depois de matéria sobre a escolha do produto (PGBL ou VGBL) e do regime de tributação (tabela progressiva ou regressiva) mais adequados ao perfil tributário do investidor, para completar a série de artigos sobre produtos de Previdência Complementar, aborda quais são os riscos e custos. Clique em pesquisa neste blog.

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