Arquivos da Categoria: Finanças Imobiliárias

Fundos de Investimentos Imobiliários

Fonte: FSP, 29/10/12

Entrevista à Revista VOCÊ S/A – Número Especial sobre o Mercado Imobiliário

Por que as crises econômicas seriam provas de que tomamos decisões econômicas emocionais?

Discordo da proposição, porque crises econômicas são fenômenos sistêmicos resultantes de interações múltiplas decisões, tanto racionais quanto irracionais, durante um longo tempo. Além disso, há instituições, regras, leis e políticas econômicas equivocadas que também insuflam a crise, tudo isso em dimensão internacional, quando a economia é aberta.

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Falsa Bolha Imobiliária ou Capital Fictício

Fernando Torres (Valor, 15/10/12) divulga exercício econométrico de Emerson Fernandes Marçal, Paulo Gala e Rogério Mori, da Escola de Economia de São Paulo da FGV. Instigados com a dúvida que há tempos saiu dos meios especializados e frequenta cada vez mais mesas de bar e almoços de domingo, pesquisadores do Centro de Macroeconomia Aplicada da Fundação Getulio Vargas (FGV) decidiram usar modelos econométricos para responder, desta vez com maior embasamento técnico, à já recorrente pergunta: existe uma bolha imobiliária em São Paulo?

Como é comum em trabalhos acadêmicos, a resposta encontrada não é simples como um “sim” ou um “não”. Mas está mais próxima da negação do fenômeno, ao menos em seu estilo clássico.

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Portabilidade do Crédito Imobiliário

Toni Sciarretta e Natuza Nery (FSP, 25/09/12) dão informações importantes sobre Portabilidade do Crédito Imobiliário, ou seja, mobilidade do que antes era imóvel. Assim como as demais portabilidades, deve fomentar a competição entre os bancos. Mudar o empréstimo imobiliário de um banco para outro com juros menores pode ficar mais fácil a partir de outubro de 2012. O governo deve regulamentar a lei que desobriga o mutuário a fazer um novo registro do imóvel quando muda de credor. Bastará fazer uma averbação da mudança, o que pode custar 60% menos do que um novo registro completo.

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Existe Bolha No Mercado Imobiliário Brasileiro?

TD 1762 – Existe Bolha No Mercado Imobiliário Brasileiro?
Mário Jorge Mendonça e Adolfo Sachsida / Brasília, 2012

Download: Existe Bolha no Mercado Imobiliário Brasileiro?

RESUMO:

Este estudo tem por objetivo avaliar a possibilidade de existência de “bolha” especulativa no mercado imobiliário brasileiro. Para tanto, os autores estudaram e empregaram diversas metodologias, tanto em nível microeconômico quanto em nível macroeconômico. De maneira geral, os resultados apontam para a possibilidade concreta de existência de uma bolha no mercado de imóveis no Brasil. Segundo os autores, a Teoria Austríaca do Ciclo Econômico (Tace), reforçada por técnicas estatísticas, fornece uma base teórica sólida para apontar o governo federal, por meio de suas políticas fiscais e de estímulo ao crédito, como o principal responsável pelo surgimento desta bolha. Por incrível que pareça, os técnicos do IPEA criticam “a insistência do governo em aquecer ainda mais um mercado imobiliário já aquecido, o que só tende a piorar o resultado final.”

Palavras-chave: bolha imobiliária; Escola Austríaca; modelos de vetores autorregressivos (VAR); política monetária; política fiscal.

COMENTÁRIO INICIAL: desconfio que os autores buscaram mais provar a validade da Teoria da Escola Austríaca, que está grassando entre os neoliberais anti-governo… Afirmar que “o governo aquece ainda mais o mercado imobiliário”, quando a Caixa usa de recursos do FGTS para combater o déficit habitacional – 7,9 milhões de unidades habitacionais, sendo 91,5% para famílias com renda abaixo de 5 salários mínimos -, através do Programa MCMV, parece ser apriorismo que leva à conclusão mais ideológica do que científica!

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Portabilidade do Crédito Imobiliário

Compartilho artigo que recebi de Teotonio Resende, diretor de Habitação e Infraestrutura da Caixa, um dos maiores especialistas em financiamento habitacional no Brasil. Eu tive o prazer de conhecê-lo na minha estadia na Caixa. Ele publicou esse artigo na última edição da Revista S.F.I. Trata de um tema que deve estar em debate nos próximos meses: a Portabilidade do Crédito Imobiliário.

LeiaTEOTONIO RESENDE Portabilidade do Crédito Imobiliário

Viés Heurístico da Representatividade e Alongamento do Prazo do Crédito

Felipe Marques (Valor, 14/08/12) parte do exemplo do endividamento de um taxista e, partir desta amostra unitária, extrapola para as famílias brasileiras, incorrendo no chamado viés heurístico da representatividade: é com base no “conhecimento popular” de estatística que se infere as chances de ganho ou de perda. Os investidores (e os jornalistas) utilizam regras intuitivas de probabilidades, que não seguem a lógica racional da estatística científica, para avaliar a ocorrência de algum fato. Por exemplo, se algum resultado já ocorreu várias vezes, acha-se que a probabilidade de ele se repetir decai, mesmo sendo evento independente. Tomam decisões baseando-se em estereótipos ou mesmo preconceitos. Não avaliam se o tamanho da amostra é representativa, por exemplo, confiam em opinião de uma única pessoa sob a crença que basta pequena amostra para representar grupos de indivíduos similares.

Posição Neoliberal a respeito do FGTS: Demagogia Populista

Pedro Cavalcanti Ferreira e Renato Fragelli Cardoso são professores do pós graduação da Escola de Economia da Fundação Getulio Vargas (EPGE-FGV). Eles publicaram artigo (Valor, 15/08/12) que expressa bem a posição neoliberal a respeito do FGTS. Esta corrente, que adora O Mercado, faz demagogia populista, querendo incentivar o individualismo dos trabalhadores e obscurecendo o fato de que o FGTS é o principal funding para o financiamento de Habitações de Interesse Social. O déficit habitacional brasileiro se concentra em camadas abaixo de 3 salários mínimos que não tem condições de renda para pagar o financiamento sem subsídio social do FGTS e do Tesouro Nacional. Reproduzo o artigo abaixo, para o leitor avaliar.

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Juro do Financiamento Imobiliário: Alvo de Ação Judicial

Mônica Izaguirre (Valor, 10/08/12) dá informação que me fez lembrar de como é chato o dia a dia da administração de banco público, “gastando-se energia sem gerar luz”. A mudança na forma de remuneração da caderneta de poupança já começou a suscitar briga judicial. A Proteste Associação de Consumidores anunciou, ontem, que ajuizou ação civil coletiva contra a Caixa Econômica Federal, banco líder em crédito imobiliário. A entidade não contesta que a remuneração dos depósitos seja vinculada à taxa básica de juros, a Selic. Mas quer que o efeito disso sobre os juros dos novos financiamentos habitacionais, que já caíram, seja estendido aos financiamentos tomados até 3 de maio.

Esse foi o dia em que o governo baixou Medida Provisória estabelecendo que a caderneta passasse a pagar juro equivalente a 70% da Selic mais Taxa Referencial (TR), sempre que o juro básico estiver em 8,5% ao ano ou menos. Até então, a regra era juro fixo de 0,5% ao mês, correspondente a 6,17% ao ano, mais TR. Com a queda da Selic, hoje em 8% a ano, e também da TR, já zerada, a remuneração da caderneta caiu e atualmente está em 5,6% ao ano (0,4551% ao mês).

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Burocracia do Crédito Imobiliário

Mariana  Sallowicz (FSP, 12/08/12) informa que o forte crescimento do crédito imobiliário durante os últimos anos fez com que os bancos concentrassem esforços para reduzir a burocracia nessas operações, que estão entre as mais complexas do sistema financeiro. O total financiado com recursos da poupança aumentou quase 45 vezes entre 2002 e 2011, quando chegou a R$ 79,9 bilhões, de acordo com dados da Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança). A previsão é encerrar este ano com R$ 95,9 bilhões.

O crédito imobiliário ficou mais atrativo para os bancos após a criação da alienação fiduciária, usada desde 2002. Hoje, esse é o segmento de maior crescimento do crédito brasileiro. Nesse tipo de garantia, a propriedade do bem fica com a instituição durante o financiamento, facilitando a retomada do bem em caso de inadimplência.

Apesar de não ter um grande “spread”, isto é, diferença entre o custo de captação de recursos pelos bancos e o quanto cobram dos clientes, é um produto de longo prazo que fideliza o cliente por muitos anos. O prazo máximo do financiamento é de 35 anos.

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