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Survey of Consumer Finances (SCF) de 2007 a 2010

O Survey of Consumer Finances (SCF) do Federal Reserve Board para 2010 fornece insights sobre as mudanças na renda e no patrimônio líquido das famílias norte-americanas, ocorridas desde a pesquisa 2007, justamente no auge da crise financeira. A pesquisa mostra que, no período de 2007-10, o valor real (ajustado pela inflação) médio do rendimento antes de impostos das famílias caiu 7,7%, o rendimento médio também tinha caído ligeiramente no três anos anteriores ao período (figura 1). O declínio no rendimento mediano foi generalizado em todos os grupos demográficos, com apenas alguns grupos recebendo renda estável ou crescente. Mais visivelmente, as rendas médias subiram para os aposentados e outras famílias não-ocupadas. O declínio na renda média foi mais acentuado entre as famílias mais escolarizadas, as famílias chefiadas por pessoas com idade inferior a 55 anos, e as famílias que vivem nas regiões Sul e Oeste.

A renda média real caiu ainda mais do que a renda média no período recente, 11,1% em todas as famílias. A queda na renda média foi ainda mais ampla do que o declínio na classe média, com praticamente todos os grupos demográficos experimentando um declínio entre 2007 e 2010; o declínio na média foi mais pronunciada no top 10% da distribuição de renda e para os com ensino superior ou grupos de maior riqueza. Ao longo dos três anos precedentes, a renda média subiu, especialmente, para famílias de alta renda líquida das e famílias chefiadas por uma pessoa que era trabalhador autônomo.

As diminuições na renda familiar, durante o período 2007-10, foram substancialmente menor do que os declínios tanto na mediana quanto na média do patrimônio líquido; no total, o valor médio líquido deste caiu 38,8%, e a renda média caiu 14,7% (figura 2). O patrimônio líquido mediano caiu para a maioria dos grupos entre 2007 e 2010, e a queda na mediana foi quase sempre maior do que o declínio na média. As exceções a esse padrão nas medianas e nas médias são vistos nos top 10% da distribuição de renda e do patrimônio líquido, onde as mudanças na mediana não se manifestaram relativamente.

Apesar das quedas nos valores de ativos financeiros ou dos negócios terem sido fatores importantes para algumas famílias, os decréscimos em patrimônio líquido médio parecem ter sido mais fortemente impulsionados por um vasto colapso nos preços das habitações.  Se as residências principais e a dívida hipotecária associada são excluídos, a mediana do patrimônio líquido  das famílias foi reduzido de US$ 126.400 para US$ 42.300 em 2007 e de 77.300 dólares para 29.800 dólares em 2010. Embora a medida ajustada de riqueza tenha diminuído, proporcionalmente, por uma quantidade apenas um pouco menor do que a medida não ajustada – 29,7% – a quantidade de mudança é, obviamente, muito menor; a riqueza média ajustado declinou US$ 12.600, enquanto a medida não ajustada caiu US$ 49.100.

Este colapso é refletida nos padrões de mudança do patrimônio líquido em todos os grupos demográficos, em vários graus, dependendo da taxa de propriedade da moradia e a proporção de ativos investidos em habitação. O declínio na média do patrimônio líquido foi especialmente grande para em grupos de famílias onde a habitação representava uma parcela maior de ativos, como em famílias chefiadas por alguém de 35 a 44 anos (patrimônio líquido médio caiu 54,4%) e nas famílias da região oeste (patrimônio líquido médio caiu 55,3%).

Uma parte substancial dos declínios observados no patrimônio líquido, no período de 2007-10, pode ser associada com a diminuição do nível de realização de ganhos de capital nos ativos das famílias. A participação dos ativos totais de todas as famílias atribuíveis a ganhos de capital não realizados em imóveis, empresas, ações, ou fundos de investimento, caiu 11,6 pontos percentuais, para 24,5% em 2010. Embora o nível global de dívida de famílias tenha ficado basicamente inalterado, a dívida como uma percentagem dos ativos subiu, porque o valor dos ativos subjacentes (especialmente habitação) diminuiu mais rápido.

Com a dívida média e a média geral basicamente inalteradas, ou caindo menos do que a renda,  as medidas do pagamento da dívida em relação ao rendimento eram esperadas ter aumentado. Na verdade, o total de pagamentos de débitos em relação ao rendimento total aumentou apenas ligeiramente, sendo que a mediana de pagamentos em relação à renda entre as famílias endividadas caiu, depois de ter aumentado, substancialmente, entre 2004 e 2007. A parcela de famílias com alto grau de fragilidade financeira, isto é, pagamentos de serviços da dívida relativos aos seus rendimentos, também caiu, após a aumentar substancialmente entre 2001 e 2007.

Este artigo, que analisa estas e outros mudanças na condição financeira das famílias dos EUA entre 2007 e 2010, período de crash, após o efeito riqueza propiciado pela bolha imobiliária, não pode ter similar escrito para a riqueza das famílias brasileiras. Demonstra a importância dos dados provenientes da Pesquisa de Finanças do Consumidor (SCF), que são a base de dados para a análise apresentada neste artigo. Isto é uma coisa que é boa para os Estados Unidos – e seria bom para o Brasil!

Leia maisFed – Survey Consumer Finances from 2007 to 2010

De 2007 a 2010, o patrimônio líquido (riqueza) deflacionado, isto é, a diferença entre os ativos totais das famílias e seus passivos, caiu drasticamente em termos da mediana e da média (tabela 4). A mediana caiu 38,8%, e a média caiu 14,7%. As duas pesquisas anteriores mostraram aumentos substanciais tanto na média quanto na média patrimônio líquido. Os valores correspondentes para o período de 2004 a 2007 foram o aumento de 17,9% e 13,1%. E, para o período de 2001 a 2004, houve aumentos menores (1,0% e 6,2%). A média do patrimônio líquido caiu em relação ao nível na pesquisa de 2001, e o patrimônio líquido médio foi para perto de níveis não vistos desde a pesquisa de 1992 (dados não mostrados nas tabelas).

Embora os estudos transversais mostrem que as medidas globais das mudanças na riqueza de 2007 a 2010 são negativas, as evidências da amostra por painel de 2007-09 da SCF sugerem que houve grande heterogeneidade nas mudanças de riqueza entre famílias. Neste painel, as famílias revelaram tanto grandes ganhos em riqueza, bem como perdas, embora houvesse uma preponderância de perdas.

Movimentos no valor em dólar do patrimônio líquido das famílias são, por definição, resultados de mudanças nos investimentos, nas avaliações dos bens, e nos padrões de posse de ativos financeiros e ativos não financeiros, bem como decisões sobre a aquisição de bens ou o pagamento de dívidas. Uma variedade de decisões financeiras são subjacentes às essas mudanças.

Por faixas etárias, as medianas e médias de patrimônio líquido das família geralmente aumentam com a idade, embora haja alguns sinais de diminuição entre os grupos etários mais velhos. Este padrão reflete tanto o comportamento quanto à poupança, durante o ciclo de vida, quanto um padrão histórico de crescimento em longo prazo nos salários reais. Os valores medianos e médios da riqueza crescem em conjunto com a renda, uma relação que reflete tanto os rendimentos auferidos a partir de ativos quanto uma maior probabilidade de substancial poupança entre as famílias de maior renda. Riqueza mostra fortes diferenças entre os grupos definidos em termos de estrutura familiar, educação, origem racial ou étnica, situação de trabalho, ocupação, estado da habitação, e urbanidade da região de residência. Estes diferenciais geralmente espelham aqueles da renda, mas as diferenças de riqueza tendem a ser maiores.

Riscos e Custos de PGBL e VGBL

Márcia Dessen (FSP, 08/10/12), depois de matéria sobre a escolha do produto (PGBL ou VGBL) e do regime de tributação (tabela progressiva ou regressiva) mais adequados ao perfil tributário do investidor, para completar a série de artigos sobre produtos de Previdência Complementar, aborda quais são os riscos e custos. Clique em pesquisa neste blog.

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ETFs – Fundos de Índices da Bolsa

Fonte: FSP, 29/10/12

Para quem ainda não conhece, vale a pena se familiarizar com a sigla ETF (Exchange Traded Funds), ou Fundo de Índices da Bolsa.

São fundos de investimento com taxa baixa de administração, negociados como uma ação no próprio home broker (via internet).

A diferença em relação a uma ação é que o fundo concentra diferentes papéis (e riscos) atrelados a um determinado índice da Bolsa.

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Tesouro Direto X Poupança

Fonte: FSP, 16/10/12

Com a redução da taxa básica de juros (Selic), investidores procuram seus gerentes em busca de meios para manter os seus rendimentos. O Tesouro Direto segue como uma alternativa vantajosa, sobretudo se a pessoa considera o resgate no longo prazo. Se o objetivo é proteger seu capital da inflação e ter bom rendimento, o Tesouro Direto cumpre o papel. O investimento é particularmente atraente porque envolve um risco teoricamente nulo: como é o governo quem garante o título, o país precisaria falir para haver calote.

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Ações que pagam Dividendos

Fonte: FSP, 29/10/12

Fundo de Investimento em Títulos de Dívida (Debêntures) Incentivados de Infraestrutura

Fonte: FSP, 29/10/12

Fundos de Investimentos Imobiliários

Fonte: FSP, 29/10/12

Investimento em Fundos de Renda Fixa

Obs.: Clique para Zoom

Fonte: FSP, 29/10/12

Investimento em Fundos

Fonte: FSP, 29/10/12

 

Perspectivas para Aplicações Financeiras

Fonte: FSP, 29/10/12