Arquivos de tags: Financiamento

Funding Externo para o Financiamento de Longo Prazo

Filipe Pacheco e Vinícius Pinheiro (Valor, 01/11/12) informam que as debêntures de investimento e infraestrutura, que contam com isenção fiscal, voltarão a testar o apetite do investidor estrangeiro. A Concessionária Auto Raposo Tavares (Cart) pretende levantar no exterior parte dos recursos de uma oferta de R$ 750 milhões em debêntures, de acordo com informações do prospecto preliminar da operação.

As emissões de títulos de dívida privados destinados a projetos de investimento possuem alíquota zero tanto de imposto de renda como do imposto sobre operações financeiras (IOF) para investidores estrangeiros. As captações para obras de infraestrutura consideradas prioritárias também possuem isenção fiscal para pessoas físicas. Um dos objetivos do benefício tributário é estimular alternativas para o financiamento de longo prazo da economia brasileira e desafogar o BNDES.

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Atuação dos Commanding Heights nas reformas orientadas para o mercado: bancos públicos no Brasil e Índia

Quanto ao Capítulo 4, “Atuação dos Commanding Heights nas reformas orientadas para o mercado: bancos públicos no Brasil e Índia”, achei que Carlos Santana recorreu à literatura econômica equivocada. Ela não entende bem a complementaridade entre a ação social e a ação comercial dos bancos públicos brasileiros.

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Tesouro Nacional: Centro das Decisões Financeiras Estratégicas

Francisco Góes e Chico Santos (Valor, 11/09/12) informam que as novas concessões em infraestrutura vão exigir um esforço adicional de caixa do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) nos próximos anos. O banco poderá ter de buscar, já a partir de 2013, alternativas de capital, incluindo novos aportes do Tesouro Nacional, para fazer frente à demanda das concessionárias de infraestrutura. Estimativas indicam que os desembolsos do banco para os setores de energia e logística, incluindo rodovias, ferrovias, portos e aeroportos, devem atingir R$ 40 bilhões em 2015, com aumento de 70% sobre os R$ 23,5 bilhões previstos para 2012.

Quanto dói uma saudade… Recriação de Banco Público na Europa

Assis Moreira (Valor, 17/09/12) informa que Reino Unido e França estão criando bancos estatais de fomento, espécie de mini-BNDES, para ajudar suas empresas a se financiar diante da forte retração do crédito por parte de bancos comerciais.  A tendência de intervenção do Estado cresce empurrada pela crise e pela recessão que ameaçam quebrar muitas companhias. E coloca bancos públicos no centro de novas políticas industriais também para enfrentar a concorrência maior de economias emergentes.

 

Existe uma falha do mercado que justifica a intervenção do Estado através de bancos públicos, e isso está no coração de novas políticas industriais na Europa“, disse Christian de Boissieu, presidente do Comitê de Análise Econômica (CAE), que auxilia o premiê francês, e professor na Sorbonne. [FNC: E economista regulacionista!]

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Banco de Desenvolvimento se Reinventa

John Paul Rathbone (Financial Times apud Valor, 01/10/12) cita dois exemplos de uma nova postura mundial de Bancos de Desenvolvimento. Em agosto, Erika Sylva cruzou o mundo em uma longa viagem de avião. O motivo? A ministra da Saúde do Equador viajou a Pequim para comprar US$ 50 milhões em equipamentos médicos chineses para o sistema de saúde equatoriano. O dinheiro veio de um crédito de US$ 2 bilhões que a China concedeu ao Equador em 2011. Na mesma época, mas separadamente, o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), com sede em Washington, aprovou investimento de US$ 5 milhões em um fundo de capital de risco promovido pelo governo do México para fornecer capital inicial e consultoria estratégica a médias e pequenas empresas mexicanas.

Embora as somas sejam pequenas, esses exemplos contrastantes – um empréstimo de um governo a outro, atrelado a compras de bens chineses; e uma iniciativa multilateral para incentivar empreendimentos privados mexicanos – mostram como a atividade de banco de desenvolvimento vem mudando em todo o mundo, especialmente na América Latina.

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Fundo de Investimento em Infraestrutura para Fundos de Pensão

Mônica Izaguirre (Valor, 21/09/12) informa que o governo pediu ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social (BNDES) que crie um fundo de investimento em infraestrutura voltado para fundos de pensão, principalmente os de pequeno e médio portes, disse o titular da Secretaria de Políticas de Previdência Complementar (SPPC) do Ministério da Previdência, Jaime Mariz de Faria Junior. Segundo ele, o banco federal de fomento deverá captar, inicialmente, R$ 600 milhões com a venda de cotas desse novo fundo a gestores de planos de previdência fechados.

O pedido ao BNDES partiu do Ministério, que está preocupado em como os fundos de pensão vão se adaptar à nova realidade de taxas de juros mais baixas. Também sobre esse tema, o secretário confirmou que a Previc, autarquia federal que fiscaliza os fundos de pensão, encaminhou ao governo proposta de reduzir de 6% para 5,5% ao ano o patamar máximo da meta atuarial das fundações. Essa é a meta de retorno real que os fundos de pensão se comprometem a entregar para pagar os benefícios futuros.

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Investimentos em Logística de 2012 a 2015

Marta Nogueira (Valor, 21/09/12) informa que o Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES) prevê investimentos de R$ 116 bilhões em logística de 2012 a 2015, dos quais um terço será financiado pelo banco. Roberto Zurli, diretor da área de infraestrutura, insumos básicos e estruturação de projetos do BNDES, disse que o valor será puxado pelos pacotes de concessões do governo.

Segundo Bernardo Figueiredo, presidente da Empresa de Planejamento e Logística (EPL), a expectativa é de que os pacotes de concessões de portos e aeroportos sejam anunciados pelo governo juntos, no início de outubro de 2012. Figueiredo confirmou que o modelo aplicado nos aeroportos de Guarulhos, Viracopos e Brasília não vai se repetir. A nova modelagem não está definida.

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Alternativas de Financiamento para Setor de Óleo e Gás

Ana Paula Ragazzi (Valor, 20/09/12) avalia que o acesso ao mercado de capitais de companhias do setor de óleo e gás só deverá se confirmar a médio e longo prazos. De um lado, muitas das empresas que sustentam a cadeia são de pequeno e médio portes e atravessam um momento em que tendem mais a serem assediadas por fundos de “private equity”. Do outro, as companhias maiores sofrem com a janela fechada para emissão de ações, já há quase dois anos.

As conclusões podem ser tiradas a partir de painéis apresentados no seminário “Marine Money Offshore“, em que instrumentos de captação no setor de óleo e gás foram discutidos. Um alento veio da norueguesa Pareto Securities. O executivo Stale Helles afirmou que, no mercado de bônus “high yield”, a janela de mercado está reaberta. “Os investidores estão ansiosos por novos bons investimentos”, disse. Nesse segmento, a questão são as especificidades de estruturação de títulos para cada companhia e investimento.

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Financiamento do Setor de Petróleo e Gás

Paulo Fortuna (Valor, 25/09/12) informa que o setor de petróleo e gás vai liderar os investimentos em energia do Brasil, respondendo por 70% do volume de US$ 1 trilhão estimados para os próximos 10 anos, segundo dados do Plano Decenal de Expansão de Energia 2019, do governo federal. Mas, ao mesmo tempo em que representa grandes oportunidades para o setor de petróleo e gás, também encara o desafio de viabilizar os projetos de investimentos, que incluem a exploração e o desenvolvimento dos recursos do pré-sal, expansão e modernização da capacidade de refino e do setor petroquímico, além da expansão da rede de transporte e distribuição de combustíveis.

De acordo com estudo “Brasil Sustentável, Perspectivas dos Mercados de Petróleo, Etanol e Gás“, realizado pela Ernst Young Terco, em conjunto com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), as questões do financiamento e o acesso ao capital têm papel fundamental sobretudo para as empresas locais e fornecedores parceiros de menor porte instalados no Brasil.

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Agências Financeiras Multilaterais e o Financiamento à Infraestrutura

Vinícius Pinheiro (Valor, 18/09/12) informa que o fim da era de farta liquidez no sistema financeiro após a crise de 2008 restringiu as fontes de recursos para grandes obras de infraestrutura. Parte do papel que cabia aos bancos comerciais passou a ser desempenhado pelas agências multilaterais e órgãos de fomento à exportação de vários países, seja no financiamento direto ou na concessão de garantias às instituições financeiras.

A presença das agências financeiras multilaterais, antes concentrada em países com pouco acesso ao crédito tradicional, se disseminou e chegou a dobrar no período mais agudo da crise. Embora a situação de liquidez internacional tenha melhorado, os bancos devem encontrar cada vez mais dificuldades para financiar grandes obras por um prazo muito longo, em consequência da maior exigência de capital prevista nas normas de Basileia 3, prestes a entrar em vigor.

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